sexta-feira, 13 de julho de 2007

Como os Hard Disk são usados II - Fragmentação

O hard disk e a fragmentação

Os dados são escritos e lidos em um hard disk de forma linear (normalmente) e em um único segmento de dados.
Isso ocorre para aumentar o desempenho de escrita e leitura, quando muitos arquivos são escritos no hard disk a relação dos dados com disco vai começando a ter outra característica, bem como as falhas irão afetar arquivos no futuro, uma vez que os arquivos irão ocupá-las e quando um arquivo não cabe em uma dessas falhas ele irá ocupar duas ou mais falhas e isso é a fragmentação.

Considerando que o hard disk é um enorme prato cilíndrico e que nele estão armazenados 0s e 1s, só existe um meio de lermos estes 0s e 1s, a cabeça de leitura magnética precisa mover-se diretamente sobre os dados e ai os lê. Se todos os dados de um arquivo estiverem em uma pequena área, a cabeça de leitura somente precisara se mover neste pequeno espaço e não em toda a extensão do disco para buscar todo o arquivo. Mas se as partes do arquivo estiverem espalhadas por toda a superfície do hard disk as cabeças de leitura e escrita irão se mover por toda a extensão do prato de forma a coletar todas as partes do arquivo. A diferença poderá ser insignificante em se tratando de um arquivo, mas imaginemos um servidor com milhares de arquivos e movimentações, nesse caso iremos assistir imediatamente a queda do desempenho.
Informática quero dizer a micro computação tem alguns conceitos errôneos e destes quero destacar o que diz que hard disk novo não esta sujeito a fragmentação e outro que diz que o sistema operacional NTFS mantém o hard disk desfragmentado.

A primeira dessas afirmações que hard disk novo já vem desfragmentado é simplesmente uma mentira, pois hard disk novos pode ter uma extensa fragmentação e isso ocorre devido a instalação do sistema operacional e de alguns utilitários que se faz no primeiro momento, nesse ato teremos muitos arquivos temporários e muitos arquivos que vão sendo escritos e apagados. Se tivermos troca de sistema operacional pelo sistema upgrade a fragmentação poderá ser ainda mais acentuada pois poderemos iniciar o processo de upgrade em um hard disk já fragmentado.
Podemos dizer que o sistema operacional NTFS trabalha de forma a evitar a fragmentação, mas não impedindo que ela ocorra, o que acontece é que ele faz o máximo para evitar. O NTFS procurara sempre usar os espaços fragmentados do disco em primeiro lugar e não novos espaços. Não há, portanto nenhuma função ou pré função no NTFS encarregada de desfragmentar hard disk em operação continua.

quinta-feira, 12 de julho de 2007

Como os Hard Disk são usados I

Em um nível bem simplista de ver as coisas, hard disks são dispositivos de escrita e leitura. Mas esse tipo de explicação não o ajuda a tomar decisões de como você pode gerenciar seu hard disk. Fato é que você precisa ir um pouco mais fundo em seu aprendizado sobre os hard disks.

Analisemos um exemplo bem básico, hipoteticamente temos um Servidor master com Windows 2003 Server e este servidor funciona como um servidor de impressão em seu escritório. Na média de uso teremos que 20 usuários interagem com esse servidor diariamente, gravando trabalhos e apagando arquivo, e os imprimido é claro.

Este servidor seria, por exemplo, um Xeon com 4gb de memória ram e 1tb de hard disk. Esse hard disk esta configurado para ser um volume sem margem de tolerância a defeito, e para que seja evitado um desastre, toda noite realiza-se um backup preventivo.

Em um dia normal de trabalho 200 trabalhos são enviados ao servidor para serem impressos, a velocidade de transmissão dos terminais para o servidor esta normal e funcionando a contento.

Ao receber os arquivos para impressão, o servidor escreve-os temporariamente no hard disk para ordenar as impressões evitando assim uma pane no sistema, por congestionamento. Após as impressões dos arquivos serem realizadas os mesmos são imediatamente apagados do servidor. Essa é a forma como opera um servidor de impressão baseado em Sistema operacional Windows.

Durante o dia de trabalho, algumas dezenas de documentos do Office do tipo arquivos de texto do Word (doc), planilhas eletrônicas Excel (xls) e apresentações do Powerpoint (ppt) são acessadas e até mesmo editadas no servidor.Alguns desses arquivos são pequenos e outros grandes, uns são simples e outros complexos contendo ate mesmo áudio e vídeo. Durante as operações normais dos utilitários do Office, vários arquivos são salvos no hard disk do servidor o tempo todo e sempre em primeira mão como arquivos temporários. Esses arquivos temporários são na realidade arquivos que funcionam como backups temporários para que em caso de uma queda de energia os arquivos em progresso de impressão possam ser recuperados. Não é nada incomum que dez arquivos ou ate mesmo 100 temporários seja criados para um único arquivo que esta sendo editado. Mas uma vez que este arquivo é salvo e fechado todos os temporários que foram criados são apagados.

Este é um pequeno exemplo, você poderá ter milhares de arquivos criados, editados, salvos e apagados durante um dia normal de trabalho em um servidor. Para a mídia do hard disk isso não é um problema, desde que tenhamos espaço no hard disk e velocidade de rede suficiente para a realização dessas operações. Entretanto se observamos mais profundamente, nos iremos ver que existe uma potencial situação de risco pelo impacto que poderá ser causado na estabilidade da rede e também no desempenho em função da quantidade dessas operações. E nesses casos o que mais observamos é que a falta de organização dos arquivos no hard disk e sua manutenção preventiva serão os responsáveis pelo início dos problemas nisso esta incluso a fragmentação do hard disk.

terça-feira, 10 de julho de 2007

Piriquito come milho papagaio leva a fama.

Quando eu tinha 8 anos de idade e frequentava o Grupo Escolar, escutava muitos ditos populares e entre eles o "piriquito come milho papagaio leva fama", dizia-se muito quando os mais velhos faziam arte e colocam os mais novos como autores. O tempo passou mas a pratica continua so que agora com uma nova aplicação. Entre 2001 e 2002 na ncidade de Sertãozinho iniciou-se a modernização da central telefonica, passando parte da plataforma analogica para digital para que assim pudessemos ter novos serviços, mas um fato da epóca marcou me sobremaneira e nõ consigo esquecer. Por conta dessas mudanças houve em determinado mes uma pane na central e por conta dessa pane algumas cobranças não tinha como serem verificadas, mas a companhia apoiada pelo governo tomou uma atitude que considero fantastica, repassou a conta para os assinantes e avisou-nos atravez de uma carta sobre o tal fato. Ao ler a missiva, passeia a matutar: como é bom ter uma caneta no Brasil, como deve ser bom repassar a incompetencia para outrem, imaginem se todos pudessemos fazer o mesmo, se escritório não teve serviço suficiente este mes? algumas contas não poderão ser pagas? Sem problema, emita alguns boletos e convoque os vizinhos para pagarem. Sua empresa teve pessimo dezembro? Não tem como pagar o décimo terceiro? Sem problema, emita algumas duplicatas e desconte-as. Facil não, voce pode até pensar que estou "surtando", mas no Brasil isso acontece, claro que não é permitido a todos os Brasileiros, nõa isso não, mas alguns privilegiados podem repassar suas incompetencias para o povo, e nada lhes será ao menos questionado. Brasil terra de ninguém.
Para os que me acham exagerado, leiam a materia do IDEC (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) que lí ao garimpar sobre as mazelas que enfrento pelo simples fato de ser brasileiro. Todos somos sabedores que se houve apagão a culpa não foi nossa, não foi o povo responsavel, e sim de que admistra nossos impostos, nós - o povo - sempre pagamos a conta pois não temos a caneta, somos o patrão mais desrespeitado do mundo, não temos nehum direito na não ser pagar. Bem leiam a materia a seguir e aqueles que quizerem - gritem - ainda que tardiamente - grite - mostre a eles que voce já ficou sabendo.

ENERGIA ELÉTRICA







9 de Dezembro de 2002

Liminar do Idec: consumidores de São Paulo não pagarão mais a conta do apagão






O Idec obteve mais uma importante vitória para os consumidores. O Juiz Federal Djalma Moreira Gomes, da 7ª Vara Civel de São Paulo, concedeu à associação uma liminar isentando os consumidores do Estado de São Paulo do pagamento da "recomposição tarifária extraordinária" -tarifa criada para compensar as perdas que as distribuidoras alegaram ter tido durante o racionamento de energia- e do "encargo de capacidade emergencial", popularmente conhecido como seguro anti-apagão, cobrados nas contas de luz dos consumidores residenciais desde março de 2002.

A liminar (Leia a íntegra) foi concedida na ação movida pelo Idec contra a Aneel e as empresas Eletropaulo, CPFL, Elektro e Bandeirante.

Após dar oportunidade à Aneel e às empresas para se manifestarem no processo, o juiz acolheu os fundamentos do Idec, considerando que a responsabilidade pela compra da energia que se fizesse necessária para garantir o atendimento da demanda (atual e futura) do mercado de energia elétrica é das empresas, que se obrigaram a isso ao assumir a concessão do serviço.

Segundo a decisão, as empresas "não podem agora, a vista de um acontecimento previsível como a crise energética, pretender repassar seus custos aos consumidores, em uma espécie de empreendimento capitalista sem riscos". O juiz considerou urgente a liminar pela quase impossibilidade de os consumidores obterem a restituição dos valores pagos indevidamente, "seja pelo grande número de prejudicados, seja pela modicidade dos valores individualmente considerados".

Para Marilena Lazzarini, coordenadora-executiva do Idec, a decisão é mais uma demonstração da força dos consumidores e do bom senso do Judiciário. "Um minucioso laudo técnico preparado por especialistas da área, apresentado pelo Idec na ação, demonstra que a crise de energia elétrica ocorrida em 2001 foi provocada exclusivamente pela negligência das próprias empresas. Repassar as suas consequências aos consumidores, que já foram submetidos às cobranças de sobretaxas e ameaças de corte em razão do racionamento de energia, chega a ser imoral".

A decisão começará a ser cumprida assim que as rés forem intimadas oficialmente da decisão


Apagaram a luz da nossa casa, nos impuseram normas e ao final nos passaram a conta da economia que nos obrigaram a fazer, por conta da diminuição no faturamento de quem nada fez para a situação não acontecer. É mais facil passar a responsabildade para outros, pricipamente para quem não se importa, que não sabe o que é direito, quem não lê e não toma conhecimento dos absurdos que aqui acontecem. Isso é antigo tão antigo qanto a carta que Pero Vaz de Caminha escreveu ao rei de Portugal relatando a descoberta de tão glorioza e rentavel terra. Viva o Brasil.

segunda-feira, 9 de julho de 2007

Os ex-operários que, no poder, mudam de lado.

Esta é uma das muitas citações que mesmo tendo mais de um século cabem como uma luva no momento atual do Brasil, ao autor meu muito obrigado. A quem reproduziu também quero agradecer a oportunidade de me dar uma leitura que me conduz a uma linha de raciocínio que está permitindo que eu possa ter uma pequena noção do que está acontecendo aqui e agora.

A citação é de Mikhail Bakunin e foi compilada por Robson Achiamé, da Revista Letralivre.

Mikhail Bakunin, expulso da Primeira Internacional pela camarilha do Sr. Marx há mais de um século, a observação desse gigante da política é atualíssima!
"Assim, sob qualquer ângulo que se esteja situado para considerar esta questão, chega-se ao mesmo resultado execrável: o govêrno da imensa maioria das massas populares se faz por uma minoria privilegiada. Esta minoria, porém, dizem os marxistas, compor-se-á de operários. Sim, com certeza, de antigos operários, mas que, tão logo se tornem governantes ou representantes do povo, cessarão de ser operários e por-se-ão a observar o mundo proletário de cima do Estado; não mais representarão o povo, mas a si mesmos e suas pretensões de governá-lo.
Quem duvida disso não conhece a natureza humana."

Mikhail Bakunin ( 1814-1876)

Agradecimentos também a Lázaro Curvêlo Chaves, da © Copyleft LCC Publicações Eletrônicas, de onde retirei o texto.

Educação é fundamental.

Tendo estado em contato com um novo meio, muitas vezes nos leva a pensamentos e conclusões que nem sempre retratam a realidade. Entendi muito cedo que quanto melhor e maior o adversário a ser batido maior será a glória do vencedor, os combalidos não devem e nem podem ser combatidos cabendo aos mais fortes a missão não de resguarda-los, mas sim de retira-los do marasmo e conduzi-los ao caminho que os levarão ao conhecimento a assim lhes permitindo ser seu próprio defensor. Com esse pensamento tenho sempre em mente que mais do que feliz fico eternamente agradecido ao ver meu concorrente, dele vem a força e a mola que me impulsiona que me faz crescer a ele devo grande parte de meu sucesso.
Durante parte de minha puberdade ouvi meu pai dizer que uma das soluções para os problemas do Brasil seria a adoção do sistema anárquico, e confesso que sempre tive em mim que isso não era mais que uma de suas metáforas, não havia 'a época como poder entender o que ele queria transmitir, hoje tive a felicidade de encontrar um texto que iniciou o processo que com certeza me permitirá entender porque meu pai foi partidário do sistema anárquico. Esse presente que recebi me deixou com o coração transbordando felicidade e quero compartilhar esse momento com todos que querem ou que gostariam de entender porque “ enquanto uns choram, outros vendem lenços”.

"Socialismo Libertário” ·
por Mikhail Bakunin

A Instrução Integral

A primeira questão que temos de considerar hoje é esta: Poderá ser completa a emancipação das massas operárias enquanto recebam uma instrução inferior à dos burgueses ou enquanto haja, em geral, uma classe qualquer, numerosa ou não, mas que por nascimento tenha os privilégios de uma educação superior e mais completa? Propor esta questão não é começar a resolvê-la Não é evidente que entre dois homens dotados de uma inteligência natural mais ou menos igual, o que for mais instruído, cujo conhecimento se tenha ampliado pela ciência e que compreendendo melhor o encadeamento dos factos naturais e sociais, compreenderá com mais facilidade e mais amplamente o carácter do meio em que se encontra, que se sentirá mais livre, que será mais hábil e forte que o outro Quem souber mais dominará naturalmente a quem menos sabe e não existindo em princípio entre duas classes sociais mais que esta só diferença de instrução e de educação, essa diferença produzirá em pouco tempo todas as demais e o mundo voltará a encontrar-se em sua situação actual, isto é, dividido numa massa de escravos e num pequeno número de dominadores, os primeiros trabalhando, como hoje em dia, para os segundos.

Entende-se agora porque os socialistas burgueses não pedem mais que 'instrução' para o povo, um pouco mais que agora, e porque nós, democratas socialistas, pedimos para o povo 'instrução integral', toda a instrução, tão completa quanto requer a força intelectual do século, a fim de que por cima da classe operária não haja de agora em diante nenhuma classe que possa saber mais e que precisamente por isto possa explorá-la e dominá-la. Os socialistas burgueses querem a manutenção das classes, pois cada uma deve, segundo eles, representar uma função social diferente. Eles queriam, conservando-as, aliviar, minorar e dissimular as bases históricas da sociedade actual, a desigualdade e a injustiça, que nós queremos destruir. Do que resulta que entre os socialistas burgueses e nós não é possível acordo, conciliação nem coalizão alguma. Mas, se dirá - e este é o princípio a que se nos opõe e que os senhores doutrinários de todas as cores consideram irresistível - que é impossível que a humanidade inteira se dedique à ciência: morreria de fome. É preciso, portanto, que enquanto uns estudam, outros trabalhem para produzir os objectos necessários para viverem em primeiro lugar e depois para os homens que se dedicam exclusivamente a trabalhos intelectuais; pois estes homens não trabalham só para eles: seus descobrimentos científicos, além de ampliar o conhecimento humano, não melhoram a condição de todos os seres humanos, sem excepções, ao aplicá-los na indústria e na agricultura e, em geral, na vida política e social? Suas criações artísticas, não enobrecem a vida de todo mundo? Mas não. Não de todo mundo. E o repúdio maior que teríamos que dirigir à ciência e às artes é precisamente não estender seus benefícios e não exercer sua influência útil mais que sobre uma mínima parte da sociedade, excluindo e por conseguinte prejudicando a imensa maioria.

Hoje pode-se afirmar acerca do progresso da ciência e das artes o que se diz, e com razão, nos países mais civilizados do mundo, acerca do prodigioso desenvolvimento da indústria, do comércio, do crédito, da riqueza social, em uma palavra. Esta riqueza é totalmente exclusiva e tende a ser cada dia mais, ao concentrar-se sempre em mãos de uns poucos e lançar a pequena burguesia, as capas inferiores da classe média, em direcção ao proletariado, de maneira que o desenvolvimento e o progresso está em razão directa com a miséria crescente das massas operárias. Assim resulta que se abre cada dia mais o abismo que separa a minoria feliz e privilegiada dos milhões de trabalhadores que vivem com o trabalho de suas mãos, e que enquanto mais felizes são os felizes exploradores do trabalho popular, mais infortunados são os trabalhadores. Que se recorde, frente a fabulosa opulência do grande mundo aristocrático, financeiro, comercial e industrial da Inglaterra, a situação miserável dos operários deste mesmo país. Que se leia e releia a carta, tão ingénua e dilaceradora, escrita faz pouco tempo por um inteligente e honesto ourives em Londres, Walter Dugan, que se envenenou 'voluntariamente' com sua mulher e seus filhos para escapar às humilhações da miséria e as torturas da fome; então haverá que confessar que esta civilização tão glorificada não significa, desde o ponto de vista material, mais que opressão e ruína para o povo. E o mesmo ocorre com os modernos avanços da ciência e das artes. São imensos estes progressos, é verdade.

Mas, quanto mais extraordinários são, mais se convertem em causas de escravidão intelectual e, portanto, material; origem de miséria e inferioridade para o povo, pois também elas alargam a distância que já separa a inteligência popular da das classes privilegiadas. A primeira, desde o ponto de vista da capacidade natural, está hoje evidentemente menos usada, menos sofisticada e menos corrompida pela necessidade de defender interesses injustos e é, por conseguinte, mais forte que a inteligência burguesa; mas, por outro lado, esta última possui todas as armas da ciência e estas armas são formidáveis. Sucede a princípio que um operário muito inteligente se vê obrigado a emudecer ante um erudito tonto, que lhe faz calar não por maior finura de espírito, da qual carece, mas por instrução, da qual o operário é privado e que o outro pôde receber, pois enquanto sua estupidez se desenvolvia cientificamente nas escolas, o trabalho do operário lhe vestia, lhe dava casa, o alimentava e lhe proporcionava tudo, os professores e os livros necessários a sua instrução.

domingo, 8 de julho de 2007

Ao povo com carinho.

Exercitar o nosso raciocínio e participar da vida política do pais, são preceitos que nos são passados logo ao iniciarmos nossa educação formal, ali no hoje chamado ensino fundamental, começam a ser formados aqueles que um dia dirigirão a nação, ali inicia-se o processo que identifica os lideres dos liderados, mas infelizmente no processo não se separa o joio do trigo. Os educadores de hoje se apresentam como profissionais e tem como couraça a omissão, não se apercebem que são responsáveis ainda que não queiram a tarefa, são co-criadores e essa pretensa omissão tem refletido nos cidadãos que são produzidos nos dias atuais, nunca se produziu tanto Pilatos, o que assisto e a formação de um sociedade combalida motivada pela selvageria despretensiosa, agarrada em um falso senso de sobrevivência vão trocando valores e verdades.

"Nullam causam invenio in homine isto ex his, in quibus eum accusatis”.

É tudo falso brilhante é tudo meia verdade, não há juízo e não se formam homens o que mais vejo é o império do "sepulcro caiado". Corremos serio risco de vermos o chopp de toda sexta ser transformado em cálice da amargura, e de termos em nosso samba o melódico choro das canções que embalam enterros em New Orleans.

Mas nem tudo são tristezas e meio as tantas despretensões ainda há quem se revolte e grite e com coragem expressa o que esta no peito dos inconformados, aqui um texto que eu aplaudo e que digo com muita humildade, faço dele minhas palavras com a permissão do autor.


Prezado Sr. Presidente da República

Socram - APS

O Sr., em mais um discurso, voltou a reclamar da imprensa, por apenas noticiar “notícias ruins” e ainda disse que tem que fazer publicidade sim; que é isso Presidente, como bem disse sua Ministra, Relaxa e Goza!

Senão, vejamos:

Seu partido foi protagonista do maior escândalo financeiro que se tem notícia, mas está tudo bem...

O Delúbio e o Carequinha nunca passaram uma noite nas dependências da Polícia Federal e os computadores do PT, ninguém chegou perto;

O Zé Dirceu está ganhando um dinheiro que nunca pensou em ganhar trabalhando, agora com “Consultoria”;

O Sr. conta com 25.000 empregos para acomodar os companheiros, muito mais que 95% das empresas deste país... Relaxa e Goza Presidente!

A violência no Rio de Janeiro já permitiu transformar muito dos hospitais em referência e excelência no atendimento a feridos de guerra;

A violência no Recife já protagonizou um ato público com as cruzes fixadas nas praias, deu até um efeito fotográfico muito bonito;

São Paulo enfrenta o crime e ninguém consegue bloquear os celulares;

As pessoas estão com medo, inseguras, órfãs em seu cotidiano, mas o que é isso Presidente, Relaxa e Goza!

O que pode significar para nossa moral uma moça ficar paraplégica só porque estava estudando, ou outra morrer nas escadas do metrô, ou mesmo um menininho ser arrastado, foram apenas 100 metros para estar morto, não foi? Pior aquele coitadinho que ficou uns dias até morrer feito churrasco, não isso não é notícia que se noticie, não é mesmo? Goza Presidente!

O país todo espera pela crise energética que se avista ao longe, mas o governo, como medida, pensa em desbravar a Amazônia, construindo por lá duas usinas e a culpa é do IBAMA! Que bobagem pensar em melhorar a eficiência do parque energético instalado...

As estradas federais estão em petição de miséria, não há plano para instalação de estrutura ferroviária, não saem do papel uma única PPP;

Os aeroportos em estado de tenção permanente, as pessoas desassistidas, sem uma única referência de “a quem recorrer”; mas que bobagem, não é mesmo Sr. Presidente, Relaxa e Goza!

Nunca na história deste país, desculpe parafraseá-lo, houve um congresso tão corrupto, tão personalista, distante dos ideais um dia bandeira de homens como Ulisses Guimarães, Tancredo Neves, ao invés, vivemos a época dos Jáder Barbário, Renan Calheiros, Romero Jucá... está tudo dominado, e nada anda;

Reformas estruturais são temas inexistentes, funcionamento sério de um Congresso propositivo, nem pensar!

A Justiça engessada em um emaranhado permissivo de recursos e mais recursos, levando à eternidade questões primárias de interesse da população, mas, o fórum privilegiado aos colegas de profissão, este garantidíssimo, em pleno funcionamento para que os Maluf, Palocci e tantos outros possam se beneficiar do tratamento, como é mesmo, ah, privilegiado, quer dizer, sem perspectiva de julgamento...

Relaxa Presidente, Relaxa e Goza que está tudo sob controle...

As pessoas que um dia acreditaram, que se levaram pela emoção da “esperança perdeu o medo” e confiaram em mudanças estruturais, para avançar este país, são apenas a classe média, os intelectuais que não estão no PT, os sonhadores, sabe, aquela turma que vota mas não elege, que não tem peso; como é mesmo, ah são classificados na categoria dos ex-formadores de opinião, que hoje já não formam ou opinam nada...

Os pobres e desprovidos, continuam atrelados na ignorância e na falta de projeto real que lhes permita o crescimento, mas, enfim, agora ganham um dinheirinho e assim vão vivendo, é bolsa disso, vale daquilo e tudo isso graças ao padrinho, nem sequer lembram que foi o governo anterior que iniciou o processo!

E mais, agora ainda vamos ter a luta de raças! Afinal, um país como o nosso não poderia continuar a se orgulhar de ser formado por um povo feito em uma sopa de raças, imagina! Tínhamos que desenvolver neste povo o valor das diferenças, e privilegiar agora as raças inferiores, muito bom!

Ao invés de cotas sociais, balizadas na situação econômica e de necessidade, viva as cotas para negros!

Está vendo Presidente, Relaxa e Goza! Esse “mar” de pessoas o tem como o “padrinho”, está tudo no mais absoluto controle, que bobagem, Relaxa homem; Goza, Goza, Goza!

Está certo que tem os casos dos seus irmãos, gente inconveniente, tinham que criar marola? Mas também tem o Lulinha, menino que dá orgulho, não é mesmo?

E como nos ensinou o Senador Renan, o que tem de mais em um relacionamentozinho aqui, outro acolá... não estamos na França ou nos EUA, isso aqui é Brasil, acha que alguém repara?

Relaxa Presidente! Olha o Gozo aí!

Passados esses oito anos por completar e todos estarão muito bem, uma história de sucesso, como outra qualquer, que ocorre todos os dias neste país com famílias de classe média, não é mesmo?

E mais, heim, não nos esqueçamos que para os mortais, sacar mais que R$ 5.000,00 no banco é um parto, nunca tem dinheiro, é preciso provisionar, tem que dar CIC, RG, Certidão de Nascimento... mas para os políticos... toda hora aparece, é mala de dinheiro prá lá, cueca prá cá (poxa, desculpe, lembrei dessa!), é o extrato do Renan que mostra saques, saques, saques... igualzinho ao modo de vida de todo e qualquer cidadão aqui; sacar o dinheirinho para pagar em espécie a amante, usando como portador um lobista é lógico que é muito mais fácil que fazer um TED da conta, não é mesmo? E a fila heim Presidente, que coisa mais linda, aquele monte de Senador solidário ali! Acho que o Sr. vibrou, não foi? Será que marejou o olhar?

Relaxa homem! Goza, Goza, enfia vai, Gooooooooooooooooza!

Sr. Presidente, não há com o que se preocupar, pare de reclamar da impressa; eu sei que é chato, que ficam lembrando a toda hora “em que país vivemos”, mas, também não há com o que se preocupar, o F. Martins já está contratado, é Ministro, vai implantar a TV com o nosso dinheirinho e nela será possível apresentar apenas boas notícias! Nessa o Sr. desconta!

E mais, não se esqueça que a Lei da Censura já está ai outra vez!!!

Daqui à pouco, com o Congresso definitivamente desmoralizado, sem oposição, com o povão, se assim posso dizer, que me perdoem os brasileiros, todos com o dinheirinho dos bolsas da vida no bolso, perdoe o trocadilho, aí é só apertar a Lei da Censura, quem vai ser contra? Ah, a classe média, os intelectuais que não coabitam o PT, a imprensa, mas esses que somos nós Presidente, esses não contam, que bobagem... Goza Presidente, Goza, Goza, Goza!!!

Definitivamente, a Ministra Marta foi perfeita em seu comentário; Relaxa e Goza!


O justo e a justiça política.

Há dias que estudo e há dias que tomado de uma coragem que não sei de onde a retiro procuro ler sobre o que acontece a minha volta, os reclamos são tantos que nem sempre tenho como faze-lo, a mim parece que vivo um tempo onde os acontecimentos só devem ter sido imaginados nas profecias de Nostradamus ou em transcrições do Apocalipse, mas ando sendo presenteado com textos altamente interessantes e muito atuais ainda que escritos há quase uma centena de anos por alguém que nunca imaginária que chegaríamos ao ponto que chegamos, como esses textos me embalam e me devolvem a paz de espírito que a cretinice atual me retira sem minha permissão, vou me permitir transcreve-los aqui.

“O justo e a justiça política”

por Rui Barbosa

“PARA OS QUE VIVEMOS A PREGAR À REPÚBLICA O CULTO DA JUSTIÇA como o supremo elemento preservativo do regímen, a história da paixão, que hoje se consuma, é como que a interferência do testemunho de Deus no nosso curso de educação constitucional. O quadro da ruína moral daquele mundo parece condensar-se no espetáculo da sua justiça, degenerada, invadida pela política, joguete da multidão, escrava de César. Por seis julgamentos passou Cristo, três às mãos dos judeus, três às dos romanos, e em nenhum teve um juiz. Aos olhos dos seus julgadores refulgiu sucessivamente a inocência divina, e nenhum ousou estender-lhe a proteção da toga. Não há tribunais, que bastem, para abrigar o direito, quando o dever se ausenta da consciência dos magistrados.

De Anás a Herodes o julgamento de Cristo é o espelho de todas as deserções da justiça, corrompida pela facções, pelos demagogos e pelos governos. A sua fraqueza, a sua inconsciência, a sua perversão moral crucificaram o Salvador, e continuam a crucificá-lo, ainda hoje, nos impérios e nas repúblicas, de cada vez que um tribunal sofisma, tergiversa, recua, abdica. Foi como agitador do povo e subversor das instituições que se imolou Jesus. E, de cada vez que há precisão de sacrificar um amigo do direito, um advogado da verdade, um protetor dos indefesos, um apóstolo de idéias generosas, um confessor da lei, um educador do povo, é esse, a ordem pública, o pretexto, que renasce, para exculpar as transações dos juízes tíbios com os interesses do poder. Todos esses acreditam, como Pôncio, salvar-se, lavando as mãos do sangue, que vão derramar, do atentado, que vão cometer. Medo, venalidade, paixão partidária, respeito pessoal, subserviência, espírito conservador, interpretação restritiva, razão de estado, interesse supremo, como quer te chames, prevaricação judiciária, não escaparás ao ferrete de Pilatos! O bom ladrão salvou-se. Mas não há salvação para o juiz cobarde.”

Sexta-feira, 31 de março de 1899.

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