segunda-feira, 19 de outubro de 2020

Cogeração e Mitigação de GEE

 

Os sistemas de co-geração tanto de biomassa quanto de gás natural são ambientalmente sustentáveis pois produzem baixos níveis de emissão e além disso, possibilitam mitigação dos impactos. A biomassa da cana-de-açúcar pode ser considerada energia verde e o gás natural – é o combustível pretendido por todas as Nações industrializadas e, principalmente, por provocar baixos níveis de emissões é considerado o combustível do milênio. 

No mercado de créditos de carbono, o Brasil representa 8% do total de atividades de Projeto de MDL no mundo. Dentro desse contexto, a energia renovável corresponde à 50% dos projetos MDL no Brasil. Com referência à bioeletricidade em projetos novos (Greenfields), o potencial para geração de créditos de carbono é que para cada 1 MW de potência instalada, obtém-se aproximadamente 1.680 toneladas de CO2 por ano, totalizando 30 milhões de toneladas de CO2 por ano. 

Apresentamos abaixo os projetos potenciais de créditos de carbono a partir do etanol e bioeletricidade:

  • Eliminação do uso do fogo na colheita da cana

Metodologia: Ainda não existente
Potencial de geração de créditos CO2: Indireto – possibilta aumento do volume de bagaço, pontas e palha) para co-geração de bioeletricidade. 

  • Processamento da vinhaça com aproveitamento do CH4

Metodologia: ACM0014 - Mitigation of GHG emissions from treatment of industrial wastewater
Tecnologia aplicável: Biodigestores de tratamento anaeróbico e equipamentos eletromecânicos para geração de bioeletricidade
Potencial de produção de vinhaça*: 13 Milhões de m³/ano (Etanol > 13 Bilhões litros/ano)
Potencial de créditos CO2: 4,2 Milhões de tCO2/ano

  • Retrofit de caldeiras de baixa pressão (21 bar) por alta pressão (100 bar)

Metodologia: ACM0006 Consolidated methodology for electricity generation from biomass residues
Potencial de créditos de CO2: Alto – para cada 1 MW instalado > 1.680 tCO2/ano

  • Utilização do etanol para substituição do diesel em frotas de ônibus

Metodologia: AMS III.S - Introduction of low-emission vehicles to commercial vehicle fleets
Potencial de créditos CO2: Baixo – metodologia de pequena escala > limite 5.000 tCO2/ano 

  • Reflorestamento de APPs > Aproveitamento da Biomassa > Cogeração Bioeletricidade

Metodologia: AM0042 Grid-connected electricity generation using biomass from newly developed dedicated plantations
Potencial de geração de créditos CO2: Alto – para cada 1 MW instalado > 1.680 tCO2/ano

 Fonte:Cogen

Nova lei do gás pode dobrar cogeração de energia a partir do insumo, diz estudo

O levantamento feito com 12 segmentos apontou que o maior potencial para a produção de eletricidade a partir da co-geração está nas atividades química, hospitais, shoppings e têxtil.

A demanda de co-geração de energia elétrica a gás natural no Brasil pode alcançar 7,2 GW, mais que o dobro dos atuais 3,074 GW de potência instalada da fonte, aponta um estudo da Associação da Indústria de Co-geração de Energia (Cogen) em parceria com a Promon Engenharia.

O levantamento feito com 12 segmentos apontou que o maior potencial para a produção de eletricidade a partir da co-geração está nas atividades química, hospitais, shoppings e têxtil, principalmente nos Estados do Rio de Janeiro e São Paulo. Ao todo, o Brasil alcançou 18,8 GW de potência instalada de co-geração em setembro, dos quais apenas 17% vêm do gás natural. O maior potencial, no momento, está na co-geração a partir de biomassa, notadamente o bagaço da cana-de-açúcar, com 11,6 GW. A expectativa é que mais empresas se interessem pela solução — que consiste na produção combinada de diferentes formas de energia, geralmente, calor e eletricidade por um único combustível —, a partir da liberalização do mercado de gás natural e do fim do monopólio da Petrobras como fornecedor único do energético. “Vislumbramos uma perspectiva de novos fornecedores de gás, mais competitivos.

Os movimentos que o Brasil está fazendo agora são importantes, eles dão início à competição, que traz economia”, defende o presidente executivo da associação, Newton Duarte. A abertura do mercado atualmente está em discussão por meio do PL 6.407, aprovado na Câmara dos Deputados no começo de setembro. De acordo com Duarte, desde 2018, o crescimento da co-geração no país somou apenas 2 MW, devido, principalmente, ao alto custo da molécula de gás. O gerente da Promon, Dino Miozzo Neto, avalia que a instabilidade econômica nos últimos anos também dificultou o interesse do mercado pela co-geração. O executivo destaca, no entanto, que o aumento da eficiência dos equipamentos e esforços de grandes fabricantes de nacionalizarem atividades para compensar o aumento do preço do dólar também podem estimular o setor nos próximos anos.

“A decisão de instalar uma co-geração não é simples, é multidisciplinar, e precisa de uma visão sistêmica importante, porque é um capital intensivo que não se paga em um ano. A beleza da co-geração é que ela varia muito de caso a caso, dependendo do preço do gás, do custo evitado de energia, entre outros”, diz. “Tudo passa por uma análise bem criteriosa", explica.

Por COGEN Enviado em 8 de outubro de 2020
Por Gabriela Ruddy,
Fonte: Valor - Rio

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