domingo, 3 de maio de 2015
Uma breve história dos Hard disk drivers (disco rígido)
Os discos rígidos (hard disks, hard drivers, winchesters, são um dos mais importantes e também um dos componentes mais interessantes dentro do PC. Eles têm uma longa e interessante história que remonta ao início da década de 1950. Talvez uma razão para eu acha-los tão fascinante é como os engenheiros ao longo das últimas décadas trabalharam para melhorá-los em todos os aspectos: confiabilidade, capacidade, velocidade, consumo de energia e muito mais.
Os computadores sem os hard disks
No inicio dos anos 80 os primeiros denominados “computadores pessoais”, seria praticamente impossível imaginar os computadores atuais sem hard disk. Afinal todos nos temos bilhões e bilhões de informações para arquivar e para ler. Ao imaginar nossa vida, nos dias atuais, sem um hard disk o que teríamos seria um enorme inconveniente. Não havia como montar um utilitário ou mesmo fazer qualquer ação e tê-la a mão em uma próxima necessidade, por isso mesmo um de meus questionamentos a um professor da área de informática, isso quando eu cursava engenharia no Rio de janeiro, porque ele entendia os computadores como um fato fascinante? Independente de tudo esse fato foi uma das maiores dores de cabeça do inicio da computação pessoal. Claro que nesse primeiro momento com todas as adversidades era unanime a opinião que computação pessoal seria impossível, já que as tarefas continuariam a ser um fato repetitivo. Com isso era imaginável que algum tipo de armazenamento permanente seria necessário se quiséssemos que os computadores se tornassem uma ferramenta útil.
O primeiro meio de armazenamento usado em computadores foi realmente o papel. Programas e dados foram gravados usando buracos perfurados em fitas de papel ou cartões perfurados.
Um leitor especial usava um feixe de luz para digitalizar os cartões ou as fitas; onde um orifício equivalia a ler "1", e o papel bloqueado o sensor entendia como sendo um "0" (ou vice-versa). Isso foi um arranjo muito simples. Eu me lembro de que tínhamos que usar um perfurador de cartões aonde digitávamos as informações e ele ia fazendo a “tradução” para o sistema binário ( 0 e 1), ora furando ora passando em branco. Apesar de se concluir (na época e mesmo hoje) que este fato foi um grande avanço na informática (o vestibular CESGRANRIO de 1972 usou o sistema de cartões perfurados para correção das provas, éramos tantos candidatos a fazer a prova que o local foi o estádio Mario Filho (Maracanã) isso era um grande inconveniente. Você basicamente escrevia toda a ação (Programa, texto, contas) em um rascunho, testava (algumas vezes usando somente o raciocínio, fazendo tudo de “cabeça) e ai iniciava o processo da perfuração, lembrando que qualquer descuido ou erro todo o trabalho se perdia e tinha que começar tudo do zero. Imagine se por algum motivo (tipo lei de Murphy) os cartões caíssem no chão e acabasse por perder a sequencia ( é isso mesmo, eles nem mesmo era numerados automaticamente, isso era um trabalho manual), lá ia se perdendo tudo novamente. Apesar de todos esse percalços os cartões (papel) foi usado por muito tempo.
Não pense você que esse foi o único “entrave” a ser vencido, antes dos “maravilhosos” meios magnéticos serem usados ainda tivemos que enfrentar os famosos “tapes magnéticos” .
Eu acredito que quase todo mundo tenha pelo menos visto fotos de grandes rolos de fita que foram usados nos computadores mais antigos . A gravação das informações era de uma forma semelhante à forma como se grava áudio em uma fita, essas fitas magnéticas eram muito mais flexível, durável e um processo muito mais rápido do que a fita de papel ou os cartões perfurados.
É claro, que fita magnética ainda é usada nos dias de hoje em computadores modernos, mas normalmente como uma forma de off-line e para armazenamento secundário, backups. Antes do aparecimento dos discos rígidos, essas fitas eram o armazenamento primário para praticamente todos os computadores. A sua principal desvantagem era que as fitas eram lidas de forma linear, e isto leva alguns minutos para se ir de uma extremidade da fita para o outro, tornando (na época, claro, hoje as fitas magnéticas usadas para backup estão bem diferentes, e são muito mais eficientes e confiáveis) impraticável acesso aleatório.
Os computadores pessoais foram desenvolvidos muito mais tarde do que os primeiros computadores, os grandes mainframes, e foram, portanto, os beneficiários dos avanços em tecnologias de armazenamento no início de sua existência. Meu primeiro computador foi montado por mim em 1978, por essa época eu colecionava uma revista que versava sobre eletrônica, o projeto de computador foi um ZN 8000 e não tinha memoria e sim passos de programação, já em 1980 comprei meu micro computador e dai por diante foi uma sequencia de troca de computador passando por um CP300, um TRS III, um TRS IV e finalmente em 1986 o meu primeiro IBM PC compatível. Uma grande máquina para aprender um pouco mais sobre micro informática, usando-a me deu uma profunda noção para a importância do armazenamento isso porque não tinha nenhum. Nem mesmo uma unidade de disquete que comprei já na segunda semana de uso. Minhas alternativas iniciais foram digitar programas com a mão (o que eu fiz algumas vezes) ou tentar carregá-los a partir de uma fita cassete. Isso mesmo que você esta pensando, uma fita cassete de áudio. Se você pensou que as unidades de fita de computadores modernos não eram confiáveis , você deveria ter tentado conseguir trabalhar com um gravador de fita cassete. Oh, e eu também tive que viajar para ter minhas primeiras aulas de basic.
Ao comprar meu primeiro floppy disk drive 360kb single-sided, tinha que virar o disquete para lê-lo todo, mas na época essa experiência me dava uma grande felicidade e uma imensa sensação de liberdade eu podia guardar tudo o que fazia para ter a seguir sem os percalços do gravador, vocês não fazem ideia da sensação. Meu primeiro IBM-PC compatível foi muito caro e meu primeiro disk drive um verdadeiro terror de caro. Uma das primeiras observações que fiz foi que para acessar os dados gravados eu não tinha necessidade de lê-los em sequencia e sim randomicamente o que acelerava o processo enormemente, pense na condição que havia e imagine a portabilidade que isso me permitiu ter.
A minha primeira aventura com hard disk (experiência, mas quem não viveu não pode fazer ideia do que foi) foi uma adaptação de um “Winchester” de 5mb de um sistema 700, após isso fui apresentado a um hard disk da Seagate de 10mb que acabei descobrindo que era na realidade de 20mb. Foram para mim anos dourados, descobertas, aventuras, realizações e decepções também, mas valeu a pena e muito.
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